Conforme o levantamento, apesar da elevada quantidade de crimes, apenas 19,9% das vítimas no Brasil deram queixa para as autoridades policiais. A baixa confiança nas polícias é uma das causas apontadas. Apenas 18% dos brasileiros afirmam confiar muito na polícia - 59,6% confiam pouco.
A pesquisa de vitimização ouviu 78 mil pessoas em 346 cidades com mais de 15 mil habitantes e foi feita pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, em parceria com o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) e o Instituto Datafolha. "A pesquisa permite observar que, quanto menor a confiança na polícia nos Estados, maior a chance de ser vítima de algum tipo de crime", diz o sociólogo Claudio Beato, que coordenou o estudo. "Revela-se também a necessidade de se rever a estrutura de Justiça e de segurança pública, que não está funcionando como deveria", afirma.
Norte e Nordeste. Os Estados do Norte e do Nordeste concentram os maiores porcentuais de vítimas de crime no Brasil nos últimos 12 meses e ocupam as primeiras sete posições no ranking. No outro extremo estão os moradores da Região Sul, onde as populações dos três Estados foram as que menos foram vítimas de crimes. São Paulo fica na 19.ª posição entre as 27 unidades da Federação e o Rio de Janeiro, em 21.º.
A primeira posição ficou com o Amapá, onde 46% dos entrevistados sofreram algum desses crimes no ano que antecedeu a pesquisa. O Amapá também foi o segundo Estado onde a população menos confia na polícia. Pará, em segundo no ranking da violência (35% de vítimas de crime), é o terceiro Estado onde a polícia é mais desacreditada. Apenas 9% confiam muito nos policiais paraenses.
São Paulo teve 20,1% da população vitimada, quase o mesmo que a do Rio de Janeiro (20%). Alagoas, que vem liderando o ranking de homicídios nos últimos anos, ficou na 16.ª posição quando considerados os 12 crimes listados na pesquisa - 20,5% da população foi vítima de crime no ano anterior à pesquisa. Santa Catarina foi o Estado onde a população relatou menos casos (17%).
Bruno Paes Manso e Laura Maia de Castro
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